Capítulo 3 - "Tô nervoso, tô passando mal..."

Notas iniciais: Capítulo tá morno, mas vocês já sabem, né? Os próximos serão muito mais animados! Eu prometo!

Espero que gostem! Lá no final tem um recadinho para vocês!

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Equipe das Poderosas
 

No capítulo anterior:

- Tchau nova vizinha! – O Pato piscou para mim - Espero vê-las mais vezes, meninas – Ele se despediu quando chegamos ao seu andar.
 

- Aiiii, como ele é lindo! Sempre fui fã desse cara, desde a época que ele jogava no Internacional! – A Malú se derreteu toda depois que o jogador nos deixou sozinhas.
 

- Ele jogou no Internacional? – Dessa eu não sabia.
 

- Ai Anita, às vezes você me decepciona! – Ela balançou a cabeça em sinal de desaprovação.
 

Achei melhor não discutir. Seguimos em silêncio até chegarmos à cobertura, onde ficava o meu apartamento.
 

- Enfim, paz! – Falei, abrindo a porta, pronta para me jogar no sofá e relaxar um pouco. Tanta coisa já havia acontecido que até a Divinha já estava cansada.
 

-Aniiiiitaaaaa?
 

- Caio? Mãeeeee? – Será que não ia parar de aparecer surpresas naquele dia?

- Filha, mas você não estava em Londrina? – Ouvi a minha mãe me perguntar sentada no sofá ao lado do meu irmão.

- Isso é uma longa históooria... – Mudei de assunto enquanto entrava no meu apartamento, seguida pela Malú e pela Divinha.

- Ela e o Luan brigaram porque ele acha a Any não será uma boa mãe para o bebê que está a caminho... – A Maria Luiza foi logo me entregando ao mesmo tempo que jogava a sua bagagem de qualquer jeito no chão e se esparramava em uma poltrona localizada perto da porta.

- Pô, valeu hein, Malú! – Fiz cara feia para ela enquanto também me livrava das minhas malas e seguia até o sofá para me juntar à minha verdadeira família.

- Bom, acho que devo concordar com o Luan... Anita, você não pode ficar carregando tudo isso de peso! Isso pode prejudicar a sua gravidez! – A Dona Clara chamou a minha atenção me cumprimentando com um beijo no rosto.

- Cara, tá todo mundo contra mim, é isso mesmo? – Cruzei os braços e fiz uma cara mais feia ainda. Na boa, será que eu seria um desastre tão grande assim como mãe? – Mas não mudem de assunto, eu quero saber o quê vocês dois estão fazendo aqui! – Mudei o foco da conversa para espantar aqueles pensamentos ruins da minha cabeça.

- Bom, eu tô aqui porque o Igor teve um problema familiar e precisou voltar às pressas para a Argentina. Aí liguei para o Caio, ele me buscou no aeroporto e me trouxe para cá. Eu acabei de chegar, já estava pegando o telefone para te ligar e avisar que ia passar uns dias por aqui, mas aí você entrou! – Minha mãe se explicou.

- E o quê o Caio tá fazendo aqui? – Eu quis saber. Na nossa frente, a Malú jogava uma bolinha para a Divinha pegar. Aonde ela tinha arrumado aquele “brinquedinho” eu não fazia ideia...

- Hum... É que eu e a Lú... Bem, nós meio que terminamos – Ele confessou bastante sem jeito.

- Rá, eu disse! Eu disse que ela era uma pirigueti! Tenho certeza que ela aprontou alguma coisa! – Praticamente gritei de tão empolgada que fiquei com a notícia. Eu não curtia muito a Lú-Pirigueti-Dias.

- Anita, não fala assim da mulher do seu irmão! – A dona Clara me repreendeu de novo. Fala sério, minha mãe mal tinha chegado, mas já tava louca para descontar tudo em mim! Mães... Aff!

- É Anita, você está certa! A Luana aprontou comigo sim – O Caio deu o braço a torcer, embora parecesse estar bastante contrariado – Ela estava me “passando a perna” na nossa sociedade usando todos os meus contatos e a influência que eu tinha por ser seu irmão para conseguir muitos contratos para as nossas modelos. O problema é que ela ficava com a maior parte do dinheiro que ganhávamos, quando o certo era cada um ficar com 50%. Foi por isso que eu me separei dela e vim para cá... Eu queria ir para o Rio, mas você me obrigou a devolver a chave do “apê” de lá – Ele me encarou sério.

- Claro, depois do quê você aprontou com a Rafa! Foi até lá, terminou com ela e deixou a minha amiga arrasada, chorando largada...  – Me defendi. Lembrar da Rafa fazia meu coração sangrar dentro do peito. Era difícil acreditar que ela não estava ao meu lado naquele momento... – Bom, e quais são os seus planos agora? – Perguntei para o Caio tentando manter o foco na conversa. Os meus problemas pessoais poderiam esperar, pelo menos por enquanto.

- Bom... Pensei em abrir a minha própria agência de modelos aqui em Sampa – O Caio me respondeu ainda meio acanhado.

- E com que dinheiro? – Quis saber. Eu já até podia imaginar o motivo por ele estar tão pouco à vontade.

- Hããã... Pensei que você pudesse me ajudar com isso...

- Sabia! – Caio, sempre querendo o meu dinheiro!

- Ahhhh, bem na hora! Não quero os dois brigando justo agora! – Minha mãe se intrometeu na nossa conversa enquanto corria para atender o interfone que começara a tocar, interrompendo a minha conversa com o meu irmão.

– A pizza chegou! – Ela anunciou depois de atender ao interfone e desligá-lo - E Anita, o porteiro é realmente seu fã! Ele já mandou avisar que você não vai gostar, porque eu não pedi nenhum dos seus sabores favoritos! - A dona Clara me avisou rindo sem parar. Com certeza ela estava pensando o quão estranho era um fã saber os meus sabores de pizza prediletos enquanto nem ela, minha própria mãe, sabia!

***

Após o jantar, e depois da Malú e da minha mãe ficarem me “torrando a paciência” me lembrando que eu precisava comer coisas saudáveis durante a gravidez e que pizza não fazia parte desta lista, eu finalmente consegui tomar um banho, colocar um pijama e deitar para descansar um pouco.

O nosso apartamento em São Paulo contava com três dormitórios, por isso a Malú e a Divinha estavam dividindo o meu antigo quarto comigo, já que os outros estavam ocupados pela Dona Clara e pelo meu irmão. Ela estava deitada em um colchonete no chão e lutava para manter a Divinha longe da sua cama. A minha mascote simplesmente amava babar no travesseiro alheio.

Fiquei deitada na cama por um tempo brincando com o meu “Pou”, uma espécie de jogo onde você precisava alimentar, limpar, vestir, brincar e fazer mais uma porção de coisas com um “bichinho virtual” em forma de “bolinha”.

Segundo a Maria Luiza, o “Pou” era uma ótima maneira de testar se eu seria uma boa mãe. Até aquele momento, eu estava indo bem. Alimentei a minha “bolinha” apenas com vegetais e frutas e a distrai jogando bola com ela. Fala sério, ser mãe nem era tão difícil como todo mundo falava...

Enquanto jogava, o meu pensamento ia longe. Agora eu estava com a minha família de verdade: A dona Clara e o Caio. Tá certo que eles me apoiavam, amavam, cuidavam de mim e se preocupavam comigo. Mas era diferente... Se eu estivesse na Toca, aquelas alturas da noite com certeza todos nos estaríamos na sala reunidos, tocando violão e cantando, o André falando bobagens, a Rafa cozinhando para nós, a Vick chorando e todo mundo correndo para paparicá-la.

Tudo parecia estar bem, mas eu sentia falta de algo. Será que eu realmente estava no lugar certo? Será que dava para voltar atrás e voltar para a Toca?

Não, não dava! Eu não poderia aceitar que o Luan duvidasse de mim daquela maneira... Mas... E o quê eu ia fazer da minha vida dali para frente? O que eu faria da minha vida sem o meu marido? Por mais que eu tentasse, eu não conseguia me imaginar sem o Luan. Era como se os nossos destinos estivessem ligados, um sempre puxando o outro para perto de si.

Ahh, por que aquelas coisas tinham que acontecer comigo? Será que a minha vida sempre seria uma verdadeira bagunça?

- Malú, vamos dormir, vai... Amanhã o dia será longo – Pedi deixando o meu celular de lado e me deitando na cama.

- Peraí, só vou terminar aqui e já apago a luz – Ela me respondeu entretida com o celular.

- O quê você está fazendo? – Quis saber.

- Postando a nossa foto com o Pato no Instagram – Ela me respondeu, como se aquilo fosse completamente normal.

- Maria Luiza, você sabe que isso não vai dar certo, né? – Fiquei tensa na minha cama já imaginando a repercussão que aquela foto iria ter.

- Certo ou não, agora já foi! Boa noite, Anita! – E assim ela apagou a luz encerrando a nossa conversa, me deixando sozinha com todos os meus medos.

***

Enquanto isso, na Toca...
 

Ponto de vista do Luan - Equipe dos Entocados

*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=LsWA1b_iCE4 *** (Guenta paixão!) – Pulem o anúncio

“É o Amor,
Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim;
Que faz eu pensar em você
E esquecer de mim;
Que faz eu esquecer
Que a vida é feita pra viver.
 

É o Amor,
Que veio como um tiro certo
No meu coração;
Que derrubou a base forte
Da minha paixão
E fez eu entender que a vida
É nada sem você”

- Aôooo “companheiro”, desce mais uma cachaça que o trem aqui tá “xonado” demais hoje – Pedi entre um verso e outro da canção que eu, a Rafa e o André estávamos cantando enquanto eu tocava violão. A saudade da minha Granfina já era tanta que eu estava descontando as minhas angústias nas “moda” do Zezé e do Luciano.

- Rafinha, desce mais uma dose de TE-QUI-LA para nós aqui – O André pediu com o corpo jogado em cima da mesa, parecendo um bêbado em um desses botecos de esquina.

- Vocês não acham que já beberam demais? Amanhã os dois trabalham! – A Rafa disse séria.

- Qual é, Rafinha! Deixa “nóis” afogar as nossas mágoas! Aproveita e coloca mais calda de chocolate nesse milk-shake aí e vem curtir a foça com a gente! – Disse deixando o violão e a “cantoria” de lado. Enquanto nós “enchíamos” a cara de tequila, a Rafa estava tomando um “porre” de miilk-shake, já que ela estava amamentando e por isso não poderia se embebedar com a gente.

- É Rafaela Prado! Deixa de ser tão CER-TI-NHA! Tá todo mundo aqui na pior, não precisa fingir que você tá bem... – O André concordou comigo. O diretor falava com a voz toda enrolada e o seus óculos já estavam tortos no seu rosto. Aquele companheiro já tava ficando muito ruim, viu?

- Ahhh, quer saber? Vocês estão certos! A ocasião pede um “porre” de verdade – A Rafinha se deu por vencida pegando a garrafa de tequila e a jarra de Milk-shake no mini-bar e trazendo até a mesa da sala de jantar. Perto dali, na sala de estar, a Dora “patrulhava” as redes sociais da Ní e da Malú a procura de alguma informação do paradeiro das duas. Já a Vick Caramelo dormia no seu carrinho, alheia a toda aquela bagunça.

- Então vamos fazer assim, essa vai ser a rodada do “Eu confesso”. Cada um vira o seu copo e logo na sequência confessa algo que está atormentando o seu coração, COM-BI-NA-DO? – O André propôs.

- Tá fechado, companheiro! Eu começo! – Avisei já me servindo de tequila. Peguei o sal, o limão e virei a bebida de uma vez só sentindo ela descer queimando pela garganta. Ô trem amargo, rapaiz!

Na sequência, bati o copo na mesa e, meio zonzo em consequência do álcool, comecei o jogo do André – Eu confesso que estou arrependido de ter duvidado da minha Ní. Cara, eu jurei lá naquele altar que estaria ao lado dela sempre, acontecesse o que acontecesse, fizesse chuva ou fizesse sol e no primeiro obstáculo eu fraquejei desse jeito... – Fui falando com a voz toda enrolada, mexendo as mãos muito ansioso – “Tô” preocupado demais com ela. A gente sabe que a Ní tem um talento especial para se meter em confusões e um azar sobrenatural! E se alguma coisa acontecer com ela e com a minha filha? Eu não vou estar lá para protegê-las... – Estremeci só de pensar na possibilidade. Que a minha Nossa Senhora não permitisse que nada acontecesse às duas razões da minha vida - Eu estou me sentindo um marido “paia” demais, rapáiz! Eu não fiquei junto da minha esposa, duvidei dela, deixei a Ní sair de casa em um dos momentos mais delicados da sua vida quando eu deveria estar junto dela, servindo de apoio para que ela pudesse voar ainda mais alto...

- Luan, o casamento é assim mesmo... O relacionamento precisa passar por provas para se tornar mais forte e sólido – A Rafa tentou me consolar com o seu típico jeito de “mãe” – E cá para nós, você e a Any sempre foram assim mesmo! É um vai e volta danado! Mas no fim os dois sempre se acertam e o amor de vocês se mostra mais forte do que todas as confusões e trapalhadas em que se metem. Tenho certeza que isso é apenas uma fase que vai passar assim, ó... – Ela estalou os dedos querendo dizer que tudo seria muito rápido.

- Ahh Rafinha, que você esteja certa, viu? Já “num guento” mais de saudades da minha Granfina!

- Calma Nego-Divo! Aquieta esse seu coração! A Anita só está querendo tirar uma ON-DA! Conheço aquela menina! Vai valorizar o seu “passe” só para te fazer ficar BA-BAN-DO ainda mais por ela... – O André opinou, curto e grosso – Vai Rafa, sua vez! Manda a ver porque eu não aguento mais o drama do Luan.

Fiz cara feia para o diretor enquanto a Rafa sugava com um canudinho o seu milk-shake com dose dupla de calda de chocolate.

- Eu confesso que estou completamente arrasada. Sempre sonhei em casar, ter filhos, em formar uma família...  Quando eu e o Bebê ficamos juntos pensei que a minha vida estava perfeita: Eu tinha a família dos sonhos, o emprego dos sonhos, a melhor amiga que eu poderia pedir a Deus... E aí o Murilo me deixa e a Anita diz que eu sou APENAS a sua empresária e nada mais! Parece que o meu coração foi quebrado em mil pedaços! Estou me sentindo a pior pessoa do mundo – A loira não aguentou e caiu no choro me abraçando. Retribui o seu gesto tentando reconfortá-la da melhor maneira que consegui. Eu também não estava lá muito bem para consolar as pessoas...

- Hunf... Nunca gostei desse Murilo, aspirante a galã de meia tigela! – O André desdenhou do ex-marido da Rafa – E que isso, mulher? Alto-estima! Você é linda, diva, uma verdadeira gata garota e toda gata garota é top, ES-QUE-CEU? Vambora, levanta essa poeira e dá a volta por cima! – Ele completou puxando a Rafa pelo braço até que ela ficasse parada de frente para ele. Depois ele secou as lágrimas do rosto dela, ajeitou os seus fios de cabelo e completou tudo dando uma piscadela, como se quisesse dizer “Estamos combinados, gata?”

- É isso aí, Rafinha! Pode apostar que esse Murilo não te merece! Top do jeito que você é, vai chover homem aos seus pés! – Reforcei as palavras do diretor. Pelo jeito a nossa estratégia estava dando certo. A Rafa parecia mais calma e já não chorava mais.

- E quanto a Anita, aquela curica disse tudo aqui só porque estava de cabeça quente! Você e todo mundo aqui sabe que ela não VI-VE sem você! É tipo arroz feijão, Mc Donalds e Coca Cola, pipoca e cinema, Instagram e foto no espelho... Uma COM-PLE-TA a outra!

- Mc Donalds e Coca Cola? Instagram e foto no espelho? – Repeti as comparações feitas pelo André sem acreditar no que estava ouvindo. Da onde ele tirava aquelas ideias? – Bom, é mais ou menos isso aí, Rafinha! É como eu já disse, Any é mais enrolada que carretel, mas no fundo é uma pessoa muito especial! Ela não fez nada disso para nos magoar... – Aquelas palavras conseguiram me deixar melhor, e surtiram o mesmo efeito na Rafa. Pela primeira vez desde que a Anita saiu de casa, ela abriu um pequeno sorriso. Já era alguma coisa, né?

- Ahhh, chega! A-GO-RA é a minha vez de confessar – O André voltou a chamar a atenção para si. Ele jogou um punhado de sal para trás (segundo ele, para espantar a zica), chupou o seu limão e virou a sua dose fazendo careta assim que terminou de beber – Eu confesso que... EU QUERO A MINHA CU-RI-CA de volta! Não é justo ela me deixar assim... - Ele começou a gritar, colocando as mãos na cabeça como um louco, tentando arrancar os cabelos que não tinha.

- Mas André, se você está assim, tão apaixonado pela Malú, por que não a apoiou no lance da exposição? A ideia é realmente interessante... – A Rafinha fez a pergunta de “um milhão de dólares” enquanto segurava as mãos do diretor tentando acalmá-lo.

- Porque eu tinha medo que ela me deixasse como fez quando nós nos conhecemos na época da faculdade! Ela me disse que iria trabalhar em um projeto de fotografia, caiu no mundo e nunca mais VOL-TOU! Eu tive medo, GEN-TE! Não queria perder a minha curica! – O diretor explicou com a voz toda enrolada por causa da bebedeira e do choro.

- Mas cara, por que você não disse isso pra ela? Certeza que a Malú ia te entender! Do jeito que tudo aconteceu, ficou parecendo que você era contra o trabalho dela! – Opinei dando uma bicada no Milk-shake da Rafa que havia sobrado no copo – Você fez tudo errado, André! Mulheres não gostam disso... Toda mulher precisa se sentir amada, querida, precisa sentir que tem alguém que a valoriza ao seu lado, um cara capaz de apoiá-la, que é capaz de fazê-la feliz em pequenos gestos...

- Falou o cara que acabou de perder a mulher, né? – O diretor rebateu em tom irônico.

- Só estou tentando ajudar... – Me justifiquei fechando a cara para ele.

- Ei, já chega vocês dois! Tudo o que não precisamos agora é de uma briga – A Rafa voltou a falar – Olha André, tudo o que o Luan disse é verdade! Você deveria ter conversado com a Malú e explicado esse seu medo. Agora não tem outro jeito... Você vai ter que reconquistá-la e mostrar tudo o que você sente de verdade, sem medos, sem máscaras... – A Rafa o aconselhou.

- Mas eu tenho medo de abrir o meu coração e ela desdenhar de mim! Aquela curica é TER-RÍ-VEL! – O André voltou a chorar soluçando como uma criança.

- Mas é assim mesmo, companheiro! Quando você ama uma pessoa, você precisa se entregar à ela, de corpo e alma... – Dei a minha opinião voltando a encher o copo da Rafa com o shake de chocolate e dando mais um gole grande na bebida. Se o Gutão me visse saindo da dieta era certeza que ia dar problema!

-Sabe o que eu acho? – A Rafa perguntou se levantando da mesa – Acho que os dois já beberam demais! André já tá chorando que nem uma criança e o Luan está ainda mais romântico que o normal. É hora de tirar o copo dos dois! – Ela colocou a sua sugestão em prática pegando os nossos copos e a garrafa de tequila, agora vazia. Ao meu lado na mesa, o André chupava um limão e ainda chorava como uma criança – Vou fazer um café bem forte para os dois e depois vou subir para cuidar da Vick. Amanhã é um novo dia e é como eu sempre disse: Depois da tempestade sempre vem um lindo dia de sol! – A empresária tentou animar a todos, inclusive a si própria, sem muito sucesso. Depois ela saiu em direção a cozinha, levando tudo o que tirou da mesa consigo.

- Tem certeza que você vai querer tirar o copo dos dois agora? – A Dora apareceu na porta da sala de jantar com o celular na mão – Acho que eles vão precisar de mais uma dose depois que verem isso aqui... – Ela apontou para o telefone na sua outra mão.

A Rafa deu de ombros para a secretária, ignorando as novidades que a garota de cabelos rosa dizia ter. Já eu, tive exatamente a reação oposta a da empresária 

- Minha Nossa Senhora! O que tem aí, muié? Fala logo! – Levantei da minha cadeira na cabeceira da mesa todo apressado, quase tropeçando enquanto corria até a porta. Atrás de mim o André também se levantou meio cambaleando.

- Consegui encontrar a Any e a Malú! A Dora anunciou fazendo mistério – Elas foram para São Paulo e estão em ótima companhia! – A secretária da Rafa completou a frase dando muito ênfase nas últimas palavras, o que me fez ficar “cabreiro”.

- Que companhia? Ou você fala logo ou eu arranco cada fio desse seu cabelo rosa com uma pinça! – O André ameaçou usando um tom verdadeiramente ameaçador.

- Tá, tá, não precisa ser grosso – A Dora reclamou – Tá aqui! Vejam vocês mesmos! – Elas finalmente virou a tela do seu smartphone para a frente, permitindo que víssemos a foto que estava escondendo.

Quase caí para trás quando vi a imagem da minha Ní ao lado de um jogador de futebol e da Malú.

- Mas o que esse MAR-RE-CO tá fazendo ao lado da minha curica? – O André exclamou quase tendo um chilique ao meu lado.

- Marreco? Mas esse não é o Pato? – A Dora ficou confusa por um momento.

- Pato ou Marreco tanto faz! Só o que me importa é que ele está perto demais da minha Granfinha, rapáiz! Isso aí não tá certo, não! – Senti meu sangue subir nas veias. Não dava para acreditar que a Ní estava a menos de 24 horas longe de casa e que já estava aprontando comigo daquele jeito - Onde a Anita encontrou esse sujeito?

- Não sei onde rolou essa foto - Ela me respondeu com um "sorrisinho" irônico no rosto - Só sei de uma coisa! Aproveita que você é cantor, Luan e canta assim ó "Tá, tá, tá, tá... Tô nervoso, tô nervoso passando mal, quem mandou eu não te dar moral?"... - Ela desdenhou de mim, toda convencida.

Tive vontade de voar no pescoço daquela "muié", mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa a Rafa voltou aos berros para a sala de jantar, quase ensurdecendo a todos nós.

- Um raaaaaaaaaaaaaatoooooooooooo! Tem um rato na cozinha! Salvem-se todos! Ele vai destruir a casa! – Ela correu até o cômodo ao lado, pegou a sua filha no colo e depois voltou para a sala de jantar, subindo na mesa e ficando lá, com os olhos arregalados e tremendo de medo. No seu colo, a Vick Caramelo chorava por ter sido acordada de uma forma tão abrupta.

- Meu Deus, é o apocalipse, é o fim do mundo! SO-COR-RO! – O André também começou a gritar se juntando com a Rafa em cima da mesa. Em seguida, a Dora imitou os dois me deixando sozinho no chão.

- Luan, faz alguma coisa! – A Rafa pediu aos prantos.

- Por que eu?

- Porque você é o HO-MEM dessa casa, oras! – O André me respondeu todo assustado em cima da mesa, olhando para todos os lados como se temesse um ataque mortal do rato a qualquer momento.

- Tá certo! Eu já volto! – Avisei depois de ter uma ideia.

- Ué, mas você não vai matar o rato? – A Rafa não entendeu nada.

- E vai nos deixar aqui? Ilhados, largados à nossa própria SOR-TE? - O André emendou todo choroso.

- Vou, ué! Aguenta firme aí – Falei antes de sair deixando todo mundo preso em cima da mesa.

***

Meia hora depois, voltei segurando uma caixa de papelão nas mãos.

- Atenção Trupe, a solução para todos os nossos problemas chegou! – Já fui logo falando, abrindo um sorriso todo convencido.

- Ahh Luan, você sempre foi o meu super HE-ROI! – O André gritou para mim balançando as mãos de uma maneira suspeita. Na boa, eu sabia que ele não era gay, mas às vezes ele dava uma “pinta” danada!

- Não tô falando de mim não, companheiro! Tô falando do “Faiscão” aqui! – Abri a caixa revelando um gato que estava lá dentro. Ele tinha os pelos acinzentados, uma longa cauda, os olhos azuis e estava um pouco magro. Mesmo assim, o felino pulou para fora e já correu direto para a cozinha, como se sentisse o cheiro do nosso “inimigo”.

- Faiscão? Onde você arrumou esse gato, Luan? – A Rafa perguntou desconfiada – E André, fala baixo! Não quero que a Vick acorde justo agora que ela voltou a dormir! – A empresária pediu.

- É o seguinte – Comecei a explicar também diminuindo o meu tom de voz – A Bruna me avisou que o pessoal da portaria tinha encontrado um gato perdido aqui pelas bandas do condomínio. Os porteiros queriam arrumar um dono para ele e perguntaram à minha irmã se ela estava interessada. Como já temos o Puff, ela não aceitou. Aí quando a Rafa falou do rato, eu lembrei do gato na hora. Peguei o Jabuticaba, fui até a portaria e peguei o Faísca para gente! – Expliquei todo satisfeito comigo mesmo. Uma verdadeira ideia de gênio!
 

- Bom, só espero que isso funcione de verdade, né? – A loira comentou enquanto me entregava a Caramelo para que ela pudesse descer da mesa. Peguei a criança meio sem jeito. Aquele trem de ser pai ainda era novo para mim... Eu precisava me acostumar com aquilo!

- É o seguinte Luan, enquanto você estava fora nós conversamos sobre a foto da Anita e da Malú – Ela completou já ao meu lado no chão – Amanhã eu vou até São Paulo para especular. Vou usar uma desculpa qualquer de trabalho e farei uma visita surpresa à Anita. Nós imaginamos que ela está no apartamento de São Paulo, onde eu, ela e o Caio morávamos antes, lembra? Você esteve lá depois daquele show no Via Funchal, que a Any invadiu o seu show... – Assenti com a cabeça e ela continuou – Vou analisar como está a situação e passo um relatório completo para você e o André. Antes disso, nenhum dos dois vai tomar nenhuma atitude precipitada, combinado? Precisamos agir com cautela agora para não criarmos mais conflitos e resolvermos essa encrenca de uma vez! – A Rafa falava como uma verdadeira líder. Nem parecia que há pouco tempo atrás estava arrasada tomando um porre de Milk-shake. A força que ela tinha era inacreditável.

- Tá certo, Rafinha! – Concordei.

- A Any e a Malú estão muito chateadas. Não vamos piorar ainda mais essa situação! Tenho certeza que vamos resolver tudo e que em breve todos nós estaremos aqui na Toca rindo desse imbróglio todo – Ela completou tentando parecer otimista – E agora eu vou subir para o meu quarto! Boa noite, meninos. Dora, você sobe com as coisas da Vick para mim?

- Claro! Já estou indo! – A garota de mechas rosas assentiu antes de recolher os brinquedos da Caramelo e seguir a Rafa até o andar superior.

- André – Chamei assim que me vi sozinho com o diretor que continuava em cima da mesa com cara de assustado – Se esse Marreco estiver mesmo dando em cima da Ní ou da Malu, nós vamos dar o troco nele, beleza?

- COM-BI-NA-DO!  - Ele assentiu com um ar decidido.

Marreco nenhum ia roubar a minha Granfina de mim!

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Notas finais: Vixi, já deu para perceber que esse lance do Marreco, ou melhor, do Pato não vai dar certo, né? Pois é, isso ainda vai render muito! 

E ó, para quem está com saudades, o nosso craque Neymar volta no próximo capítulo! É, o trem vai ficar sério!

Façam as suas apostas e não esqueçam de me falar o que estão achando, tá?! Por favor, por favorzinho! Rs!

E agora vamos ao nosso comunicado especial: (Música do Plantão da Globo):

É o seguinte, no dia 29 desse mês o nosso blog completa um ano de "vida"! Além disso, também é o aniversário de dois anos da fanfic mais Meteórica de todos os tempos: AGeOC! Vivaaa!

Para comemorar, algumas leitoras me sugeriram fazer uma twitcam.

Aí pensei no seguinte: Para ficar mais legal, acho que seria bacana se vocês mandassem perguntas e eu as respondesse na Twitcan. O que acham?

Três leitoras minhas (Dani, Beca e Carol) ficarão responsáveis por receber e selecionar as perguntas.Depois elas vão me passar as melhores e eu vou respondê-las!

Enfim, me digam se gostam e vamos conversando sobre isso, ok? E quem topa a twitcan grita EU!

É isso! Hoje eu fico por aqui! Fiquem com Deus e comentem, por favor!

*** Bora pro próximo capítulo? Então clique aqui

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