sexta-feira, 25 de abril de 2014

Transcrição nº 1 - Deslumbrante

Segunda Página

Sexta-feira à noite, chuva na janela e eu no escritório trabalhando até tarde. Ótimo! Espero, pelo menos, que o pagamento das horas extras do mês seja o suficiente para comprar aquele sapato que estou querendo...

***
Saio cansada, estressada, com fome e de TPM. No caminho até o carro molho o que restou do meu bom-humor. Melhor impossível!

Trânsito! A cidade parada por causa de um temporal e do show de um desses cantores sertanejos da moda. 

Aff! Não quero saber de nenhum dos dois. Tudo o quê eu quero é a minha cama, mas ainda tem o tal jantar...

E falando nele, o telefone está tocando. É o “Amor” de novo...

Lanço mão da minha desculpa de “sempre” - Mô, já disse que daqui a pouco estou aí! Você sabe que o dia foi cheio no escritório hoje, só consegui sair agora... Mas vou correr aqui! Não perco esse jantar por nada!

A verdade? Eu toparia qualquer coisa para me ver livre daquela chatice de “reunião familiar”.

Papo furado do namorado, beijinhos e pedidos para que eu não demorasse e, ao fim da ligação, eu tinha conseguido enrolá-lo direitinho mais uma vez! Homens...

Desliguei o celular, liguei o som e tentei encontrar um pouco de paz no meio daquele caos de carros, temporal e show.

***
Chuva caindo, cansaço pesando nos ombros, as ideias voando longe, algo batendo, cabeça se chocando com força contra o vidro, tudo ficando embaçado...

Droga! Eu havia batido o meu carro em uma van ao passar em um cruzamento! Isso era tudo o que eu conseguia raciocinar naquele mosaico de barulho, medo, buzinas e freadas...

Um homem alto de terno e muito educado apareceu ao meu lado e me perguntou se estava tudo bem. Era claro que não estava, não era?

Não sei bem o quê aconteceu depois, mas fui levada para dentro da van e alguém nos guiou para um canto mais “tranquilo” da avenida.

Eu ouvia por cima as palavras “polícia”, delegacia, “show” e uma voz encantadora, como o canto de uma sereia, que parecia me carregar para longe dali... Mas a minha cabeça ainda rodava, então talvez fosse só a minha imaginação voando muito alto. Era difícil dizer...

Depois rolou um papo de “gente grande”. Boletim de Ocorrência, chamar o seguro, assinar papéis, tomar remédio para dor de cabeça, voltar para a van, ouvir AQUELA voz de novo, tentar decifrar se estava fantasiando ou se ela era real... Muita coisa para pouco eu!

"Então está tudo certo! Aqui está o meu cartão, qualquer problema com o conserto do carro, por favor, me ligue. Espero que já esteja melhor da cabeça"

O cara de terno disse estendendo um cartão muito chique onde estava escrito “empresário”. Dei sorte, bati em um cara rico! Sinal que o conserto do meu carro estava garantido.

Agradeci com o máximo de educação que a situação permitia, e também lhe entreguei o meu cartão.

O lado bom: o motorista da van assumiu a culpa e o estrago no meu “querido carrinho” não foi muito grande. Até daria para usá-lo naquela noite mesmo.

O lado ruim: eu estava prestes a ver o “Amor” virar “Fera” por conta do meu atraso. Quando eu disse que toparia qualquer coisa para não ir ao jantar era apenas um desabafo. O pessoal lá “de cima” precisava parar de me levar tão a sério e atender as minhas preces assim, tão rápido...

"Pô cara, convida ela para o show de hoje..."

A voz encantadora falou de uma maneira perigosamente inocente e despreocupada.

Talvez se tivesse ouvido com mais atenção, eu teria percebido o real perigo daquele convite. Sedutor, educado, cortês... O tipo de situação que te induz ao erro. Mas eu estava cansada, tonta, encantada e, sobretudo, atrasada em doses muito altas para me dar de conta.

Além disso, eu fazia a linha de garota que gostava de desafios, e aquele garoto fazia o meu tipo.

"Convite aceito!"

Foi como lançar os dados de um grande jogo de tabuleiro onde o destino da minha vida estava em jogo. Foi ali que a palavra destino passou a fazer sentido para mim.
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***Leias as próximas páginas: Fogo



3 comentários:

  1. Manu sou uma pessoa ansiosa e curiosa também. Lendo esse dois "capítulos". Me veio na cabeça uma fic... Será? Ou é coisa da minha cabeça por ler tantas haha. Enfim misterioso só sei que vou continuar aqui lendo . Por que ja me prendeu.. bjs Ju

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    1. Concordo com vc parece mesmo uma fic, fiquei viciada já. Estes dois "capítulos" são intensos, adorei o mistério que paira no ar. beijos

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    2. Oiii meninas!

      Então, não tenho como falar se é uma fic ou não. Como expliquei lá no começo, estou esperando novas mensagens da "Estagiária" para desvendar esse mistério.
      Vamos descobrir juntas! Sei que estou curtindo esse mistério!

      Beijo grande!

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

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