terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Transcrição nº 6 – Puro Êxtase

Notas da Estagiária: Ahhh Dona Manuela... Vejo que finalmente resolveu levar os meus recados a sério! Espero que agora você finalmente termine de postar as transcrições. E como foi observado no post anterior: o forninho vai cair.

Eu disse para a Raquel não ir, mas ela não me escutou. Ahh, se pudéssemos voltar atrás e evitar esse encontro...
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Transcrição da página 17 à 20

[“Esmalte vermelho, 
Tinta no cabelo, 
Nos pés o salto alto, 
Cheios de desejo...” – Barão Vermelho, Puro Êxtase]

A expectativa estava alta. Contei à Garotinha sobre o encontro. Ela me chamou de louca, maluca, cara de pau, mas depois topou me ajudar. No fundo, acho que ela também gostaria de viver uma aventura como aquela.

Combinamos tudo. Iria sair mais cedo do trabalho para me arrumar. Disse para o Amor que iria sair com as amigas. Para as amigas, pedi que confirmassem a minha história.

Claro que eu não queria mentir, muito menos enganar meu namorado, mas... a tentação falava mais alto. Só de lembrar do cheiro, do beijo, do toque, do encanto... Tudo era perfeito demais para que eu pudesse dizer não.

Só mais uma vez, só mais uma...

E então o meu castelo de areia desmoronaria para sempre.

***

A noite estava agradável. Perfeita para saias e sapatos com salto. Perfeita para o pecado.

Cheguei ao hotel onde ele estava hospedado 15 minutos antes do combinado. Ansiedade? Talvez... 

Mas o fato é que tudo parecia conspirar a favor daquele encontro: trânsito, Amor trabalhando até tarde, o clima...

Pedem que eu espere em uma sala cheia de poltronas, quadros, uma TV, muita expectativa, pouca informação.

Espero. Uma, duas, três horas.

Desisto.

Ele não viria. Eu não sabia o que era mais insano: a situação em si ou a minha esperança que tudo desse certo. 

Ele era norte, eu era sul. Ele era estrela e eu uma simples rosa. Dois mundos distintos, realidades diferentes, um amor que nasceu para durar apenas uma noite.

Me levanto e, sem ânimo, caminho para o saguão. Peço um táxi e separo o cartão de crédito. O prejuízo seria dobrado naquela noite: financeiro e emocional.

Espero. De longe escuto gritos e vejo um boné passar pelas portas de entrada cercado por homens de preto.

Fico parada, sem fôlego. Ele está ali! Cansado e com a aparência mais séria do que na noite em que nos conhecemos, mas está ali.

Um dos segurança dá um cutucão nele e aponta para mim. Seus olhos de faróis me guiam. É ali que quero morar.

Ele sorri e eu sorrio. Pareço uma menina, me atrapalho, não sei como agir.

Ele vem até mim. Me abraça, pede desculpas pela demora e age daquela maneira tão sutil, com o seu jeito de menino e o olhar matreiro que de tão inocentes são perigosos.

Pede para eu esperar mais um pouco. Não quero aceitar, mas o coração responde sim antes do meu orgulho.

No fim, isso é bom. Ele precisa de um tempo para se arrumar, e eu preciso de tempo para recuperar o juízo.

Não demora e ele está de volta. Roupas limpas, banho tomado e perfume exalando.

Sentamos em um canto reservado no restaurante do hotel. Estamos sozinhos, o que me parece algo raro para ele.

Sinto que está quieto e reservado. Talvez longe dos palcos ele fosse mais tímido e menos ousado.

Gosto desse detalhe. Acho interessante saber que ele não faz a linha “conquistador barato".

Aos poucos, ele se solta e o papo flui com mais naturalidade. Ou talvez fosse o vinho fazendo efeito, não dava para saber ao certo.

A verdadeira conversa acontecia nas entrelinhas. Um elogio, um comentário, um leve toque, um olhar...

A temperatura sabia. De repente o restaurante parecia grande demais e cheio demais, mesmo que só nós e o garçom estivéssemos ali. Eu queria tocá-lo, sentir o gosto, pagar o preço, pegar, levar, descobrir o que havia por trás, eu queria tudo. E queria agora.

Mas eu tinha que esperar. Não sei quem inventou tais regras, mas há um código de conduta a seguir quando se está em um encontro:

1 – Quando trata-se de um jantar, mantenha a conversa em uma “área segura” até a sobremesa;

2 – Espere o cara dar o primeiro passo;

Eu estava disposta a quebrar todas as regras, afinal, quantas chances como aquela eu ainda teria? 

Felizmente, éramos uma dupla de infratores, porque ele ignorou completamente o itinerário.

“Podemos pedir a sobremesa no meu quarto? Estou um pouco cansando...”.

E lá estava. O jeito sedutor disfarçado por trás de uma frase inocente. As verdades ditas nas palavras não pronunciadas. O pedido de mais, muito, mas muito mais...

Garotas normais não aceitariam o convite. Garotas comprometidas muito menos. Mas eu não era normal. Sabia que ele era problema, mas quem disse que eu me importava? 

Existe uma linha muito tênue que separa o certo do errado, o normal do inacreditável, o perigo do prazer. Eu estava prestes a cruzar todos os limites e a sensação era de mil borboletas voando no meu estômago.

***
A sobremesa estava divina. Não só pelo sabor, mas porque ele estava diante de mim, tocando violão e fazendo pequenas pausas para saborear o seu prato e conversar comigo.

Parecia uma cena corriqueira, que acontecia todos os dias, que ele e eu juntos Éramos rotina. De repente, o meu mundo fez sentido. Aquele era sim o meu lugar. Eu pertencia a ele, e tinha muita sorte por ter um destino tão perfeito quanto aquele.

Eu poderia viver todos os meus dias exatamente daquela forma. Eu enfrentaria qualquer batalha por aquele sorriso. Eu correria quilômetros para ter a chance de alcançá-lo independente do lugar para onde ele fosse. Eu atravessaria o oceano e ainda sim o tamanho do meu sentimento, da minha felicidade, não seria páreo para nenhum desses sacrifícios. Eu entregaria o meu mundo para ele ou por ele, porque entendi que, no momento que o conheci, meu universo não mais existiria sem ele.

Foi nesse momento que eu cruzei o limite. Me debrucei sobre ele e o beijei. Com calma e delicadeza, coloquei meus lábios sobre o dele e a mão no seu rosto. Não pedi permissão, não esperei pelo momento certo, não me importei se era certo ou não. O momento era grandioso demais para perguntas ou questionamentos. Ele precisava ser vivido. Apenas isso.

Ele então tomou posse do que já era seu. A mão descendo pela minha cintura, a boca descobrindo a minha pele, o corpo contra o meu. Eu, ele, a cama, um infinito de palavras trocadas em um único olhar, a sincronicidade de duas almas que se encontram.

Prazer.

Amor.

Vida.

Paixão.

Ele.

Eu.

Nós.

Tudo era um só, e o nosso encaixe era perfeito.

***

Voltei para casa com o dia amanhecendo. Me parecia errado que o tempo continuasse a correr quando eu queria que ele congelasse para sempre naquelas poucas horas.

Era muito injusto que a vida continuasse, a despeito da saudade que eu já sentia.

Mas o tempo é cruel e ele não espera ninguém. Sendo assim, a minha única opção era acompanhar o seu fluxo: para frente.

Estava na hora de eu tomar as rédeas da minha vida. Sem pais, Amor, carreira ou casamento pré-determinado. 

Meu mundo não era mais o mesmo. Não havia como voltar ao que era antes.

Os dados foram lançados. E eu me sentia com sorte. Muita sorte.
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Notas da Manu: Uaaauuu! O encontro foi hot, hein? 

Caramba, e essa declaração da Raquel: "Meu mundo não era mais o mesmo. Não havia como voltar ao que era antes.". Será que ela vai chutar o barraco, largar tudo e virar hippie? Rs!

Olha, esse diário está ficando cada vez mais misterioso. Estou curiosa para saber onde isso vai dar. E vocês?

Prometo correr para postar a próxima transcrição, ok? Enquanto isso, o que vocês acham que vem por aí? Será que a "Quel" (olha a intimidade! Rs!), vai terminar com o Amor?

Beijos,

Manu


***Leia a próxima transcrição:Página 21 à 24: A Valsa

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Manuzinha linda do meu core, O QUE É ISSO GATA - GAROTA?? ACHO, ASSIM QUE VAMOS TER QUE LIGAR PRA GIOVANNA PQ OS FONINHOS CAÍRAM!!!! Meu Deus que isso em reencontro BAPHONICO!! Haha que muito mais!!! Demora mtu não Gata!!!

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    1. Chama a Giovana, meu povo! Porque o forninho está no subterrâneo!

      Esse reencontro foi hot, né Sofi?! Isso que eu chamo de "pegar fogo"! Muito mais do que baphônico, foi IMPACTANTE! hahahahaha

      Juro que não vou demorar! Juro, juradinho! Agora que estou com um pouquinho mais de tempo, está mais fácil trabalhar nas transcrições.

      Beijo Sofi! Fica com Deus!

      Gratidão por ler e comentar! =)

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!