quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Capítulo 26 – Um velho conhecido

Notas iniciais: Aviso aos navegantes: estamos chegando ao final da segunda fase, o que significa que acontecimentos BA-BA-DOS estão por vir. Nesse cap eles já começam a se desenrolar. Preparem-se para sofrência, dramas e reviravoltas no maior estilo novela mexicana porque, olha... estou inspirada com as chegadas das minhas férias, viu?
_____________________________
Acordei no dia seguinte ouvindo os passarinhos cantando ao longe. Imaginei que eles estavam aproveitando os últimos dias de calor nas árvores à beira do lago, curtindo o sol ainda não tão forte das primeiras hora da manhã.

Sentindo uma preguiça boa, me virei na cama, ficando de bruços e abraçando o travesseiro. Ainda com os olhos meio fechados por causa do sono, vi a pulseira que o Léo me dera em cima do meu criado mudo. Estiquei a mão e a segurei entre os meus dedos. Eu não estava a usando para não chamar muita atenção, principalmente do Alê, embora quisesse muito exibi-la por aí como um troféu.

Fiquei olhando para aquele acessório que era o “símbolo” do nosso trato e, de repente, fui tomada pela vontade de ter o Léo mais perto de mim. As regras do nosso contrato, a cada dia que passava, estavam se transformando em limites difíceis de respeitar. Eu desejava poder chamá-lo a qualquer horário no Whats, vê-lo quando bem desejasse ou, até mesmo, fazer coisas bobas, como usar a pulseira sem medo que alguém descobrisse a nossa relação secreta.

Voltei a me virar na cama, me escondendo embaixo do edredom como se aquele pedaço de tecido fosse capaz de me proteger do mundo.

Fechando os olhos, relembrei a noite anterior, dos abraços e beijos, da música que ele compartilhara comigo, das conversas e brincadeiras. Lembrei do cheiro e do jeito firme que me segurava -  sem deixar de ser carinhoso e respeitoso – e do calor do seu “sorriso de verão”.

Estendi um dos braços na cama, como se assim ainda pudesse voltar ao dia que ele estivera ali junto comigo. Lembrei da nossa conversa na ocasião, quando ele me falou que eu era um pássaro que voaria para muito longe ainda. Ainda com essa conversa com a cabeça, peguei meu celular no criado mudo e abri o Google. O Léo estava certo quando disse que meu nome significava “enviada de Deus”. Mas o dele não batia. A pesquisa dizia que Leonardo queria dizer “valente ou forte como um leão”.

Ignorando o nosso trato – de primeiro chamá-lo pelo nome, esperar ele dizer se estava sozinho para só então continuar a conversa – mandei uma mensagem no Whats.

“Da onde você tirou que seu nome significa “presente de Deus”, Leonardo?”

Apesar de ser oito horas da manhã de um domingo, ele respondeu em menos de cinco minutos depois.

“Acordou pensando em mim, é?”

Fiquei sem graça com a resposta. Não era minha intenção dar na cara que ele estava dominando meus pensamentos. Pensei em dar uma desculpa para aquele súbito interesse, mas mudei de ideia. Afinal, que mal havia em confirmar que estava pensando nele depois que o garoto sacrificou uma festa com os amigos para ficar comigo?

“Acordei e vi sua pulseira em cima do meu criado-mudo. Aí, não sei porquê, lembrei dessa conversa dos nomes. Mas pesquisei no Google e vi que está errado. Na verdade, Leonardo significa forte como um leão”.

“Ah, está pronta para descobrir um segredo meu?”

Segredo? – repeti em voz alta, as sobrancelhas enrugadas.

“Que tipo de segredo? Vai me contar que, na verdade, é um E.T.? Porque se for isso, eu já desconfiava”.

Digitei, tentando descontrair, mesmo que estivesse tensa para descobrir a resposta.

“É que minha mãe é muito fã dessas novelas mexicanas, sabe? A Ursupadora, Maria do Bairro e todas aquelas com a Thalia... O problema é que ela buscou inspiração para escolher o meu nome nesses personagens para me batizar. Daí surgiu Leonardo Mateus, meu verdadeiro nome. Chocada?”.

Soltei o ar, aliviada. O permanente clima de mistério do Edu me deixara mais desconfiada e precavida do que eu poderia imaginar.

“Então, ‘presente de Deus’ é o significado de Mateus?”

Perguntei, rindo do seu jeito brincalhão.

“Isso mesmo, garota esperta”.

“Não fiquei nem um pouco chocada. Mas confesso que estou rindo alto aqui. Leonardo Mateus realmente parece nome de galã de novela mexicana”.

“Já sofri muito bullying por causa disso. Jamais vou superar esse trauma”.

A mensagem foi seguida por vários emojis com carinhas tristes, só para enfatizar o falso drama.

“Será que é por isso que você é lesado desse jeito?”

Provoquei, sentando na cama e encostando as costas na cabeceira. Eu não lembrava quando fora a última vez que dormi e acordei tão feliz.

“Não. Acho que isso foi porque cai do berço. Essa parte do bullying é o que me faz ser tão inteligente. Você sabe, né? Só os espertos sobrevivem nesse mundo cruel”

“Meeeu Deus, como você se acha! Cuidado para não soltar a cordinha, senão o seu ego sai voando de tão inflado que está”.

Provoquei, só para vê-lo continuar se autopromovendo. Aquela era uma das características que eu mais gostava no Léo. Ele sabia o que era e não fazia questão de esconder isso de ninguém. O “cabeludo” era seguro de si, mas não de forma egoísta. Pelo contrário, a sua força era tão contagiante que ele parecia uma onda que contagiava todo mundo junto. Ao contrário do Edu, que se empenhava em passar uma imagem de forte, mas, para isso, construiu um muro ao seu redor que impedia qualquer pessoa de se aproximar.

Fiquei tão entretida com esse pensamento que demorei para ver que o Léo já havia respondido.

“Na verdade, meu ego está é bem murchinho, viu? Estou preocupado”.

Enruguei a testa, estranhando. Era tão difícil ver meu parceiro de contrato tenso com algo que, imediatamente, senti um pressentimento ruim.

“Ontem, quando saí do condomínio, vi que tinham várias mensagens da Vanessa. Ela estava querendo saber por que eu não estava em nenhuma das fotos que o pessoal postou nas redes sociais. Dei uma desculpa esfarrapada falando que ela sabe que não gosto muito de fotografias, o que é verdade, mas ela não acreditou. Está mega encucada agora”.

Foi como se o ar tivesse sumido dos meus pulmões. Eu sabia que a desconfiança da Vanessa seria só o início da ruína do meu castelo de areia. Mesmo com medo da resposta, respirei fundo várias vezes para tomar coragem e escrevi a pergunta que estava martelando na minha cabeça.

“E agora? O que vamos fazer?”

“Não sei ainda, linda... Preciso pensar. Talvez essa seja a deixa que precisava para terminar o namoro”.
Meu coração deu um salto tão grande no peito que pensei que ia sair pela boca. Eu estava entendendo certo? E se ele realmente terminasse, ficaríamos juntos como um casal oficial?

“Bom, pensa direitinho no que vai fazer. Não decide nada com a cabeça quente”.

Foi o melhor que consegui responder considerando o estado de ansiedade em que me encontrava.  Eu mal conseguia segurar o celular direito. Minha vontade era de sair pulando pelo quarto, agradecendo a minha sorte. Vanessa tinha cavado a própria cova e deixado o cabeludinho de bandeja para mim.

“Pode deixar, linda! Mas agora vou tentar dormir mais um pouquinho, tá? Ninguém merece acordar cedo em pleno domingo”.

A mensagem veio seguida de várias carinhas com a língua de fora, o que me fez imaginá-lo deitado na cama, sorrindo para a tela do celular daquele jeito “moleque” que ele tinha.

“Vai lá! Beijo, a gente se fala depois”.

Me despedi, deixando o celular de lado e voltando a rolar na cama, a vontade de tê-lo junto de mim no meu quarto mais forte do que nunca.

Acabei deixando a preguiça vencer e peguei no sono novamente, as cenas da noite anterior voltando à minha mente e se misturando a outros devaneios que me impediam de saber o que era sonho e o que era realidade.

Acordei com o celular tocando e vibrando feito um louco.

- Que foi, Alê? Pra quê esse desespero a essas horas da madrugada? – atendi com a voz grogue de sono.

- Ahh, meus motivos são mais do que dignos. Sabe por quê? O Time B acaba de marcar mais um ponto no placar! – ele comemorou, com a empolgação de um chefe de excursão.

- Oi? Do que você está falando, garoto? – cocei o olho, tentando acordar e prestar atenção na conversa.

- Sabe aquela foto que postei no Insta e no Face, agradecendo os comentários no vídeo dos cinco sinais e falando qual será o nosso próximo tema?

- Ahan... – concordei, fazendo um esforço tremendo para sentar na cama com um dos cotovelos apoiados na minha perna.

- Então, nossa querida amiga Carol curtiu. Acredita? Queria perguntar para ela no Whats quem é o pop agora, mas não vou dar esse prazer à nobreza – só pelo tom de voz do meu amigo dava para perceber duas coisas. Primeiro: ele ainda sentia algo pela Carol. Segundo: ele sabia o quanto doía gostar de alguém que te desmerece. Talvez fosse por isso que ele me entendia tão bem e fazia questão de compartilhar aquela pequena vitória comigo. Só quem já teve um coração partido sabe o quão importante é manter-se firme e que, para isso, vale se apegar a cada pequena vitória como se fosse algo excepcional.

- Rá! Sabia que você ainda ia sambar na cara daquelas recalcadas – comemorei.

- Gabi, fala que nem homem comigo, por favor! Depois eu fico repetindo essas frases nos meus vídeos e parecendo um gay – protestou com a voz séria, como se estivesse pedindo a coisa mais natural do mundo – Nada contra os gays, deixando bem claro.

- E você quer que eu fale como?  Quer que eu te chame de cara? – perguntei, me segurando para não rir.

- Nesse momento, eu quero mesmo é que você levante dessa cama e venha até a minha casa para me ajudar com o roteiro do próximo vídeo – impôs, se sentindo o “manda chuva do pedaço”.

- E como você sabe que estou na cama? – me fiz de ofendida.

- Não é muito difícil de deduzir. Você tem aproveitado cada momento de folga para compensar todos os dias que passou dançando balé – usou sem tom de “sabe tudo” de novo.

 Parei para pensar por um momento. Até que fazia sentido. Desde da briga com a minha mãe, eu não estava fazendo praticamente nada, nem estudar direito. Senti uma pontada de incômodo no peito, como se meu velho amigo “monstrinho” tivesse aparecido para uma visita e estivesse me olhando de modo acusador.

- Ao contrário do que você imagina, tenho muito o que fazer, mocinho! – menti, só para não dar o braço a torcer. Além do mais, eu nem tinha penteado o cabelo e escovado os dentes ainda... Não tinha a mínima condição de sair naquele estado.

- Se estiver me trocando por assistir séries, eu nunca vou te perdoar... – fez chantagem.

- É sério. Ainda preciso tomar café, me arrumar... Não dá para ir agora – acabei assumindo a verdade. Não dava para mentir para o Alê.

- Ok, estou te esperando. Mas não vem muito tarde, porque minha mãe mandou te convidar para o almoço... – falou com voz de “eu já sabia”.

- Beleza! Já, já, estou aí!

- Conheço bem o seu já, já, Gabriela! Só tenta vir ainda hoje, ok? – caçoou da minha cara.

- Se ficar pegando no meu pé desse jeito, eu não vou...

- Ok, Gabriela, minha amiga mais linda desse mundo. Estou te esperando ansiosamente aqui, viu? – falou com a voz melosa para me impressionar.

- Vou pensar no seu caso... – me fiz de difícil.

- Para de graça e vem logo! – disse antes de encerrar o assunto e desligar o telefone.

Acabei enrolando mais um pouco antes de levantar. Desci para tomar café e estranhei não ver minha mãe ali. Acabei lembrando que a data da apresentação do balé em Mogi estava chegando e, provavelmente, ela tinha tirado o dia para acertar os últimos detalhes da produção. Era estranho não fazer mais parte daquela loucura e, mais estranho ainda, como eu não sentia falta de fazer parte desse mundo.

Fiquei mais um pouco em casa, entretida com a esperança de ter o Léo só para mim, a vontade de caçar algo para ocupar o meu tempo livre e o sentimento de tristeza por ter perdido tanto tempo em um mundo ao qual eu não pertencia.

Quando me dei conta, já eram onze e meia da manhã. Corri para a casa do Alê, pronta para usar a desculpa que estava chegando na hora certa para o almoço.

- Gabi, querida! Tudo bem? – dona Melissa me cumprimentou quando me viu. Ela estava parada em frente ao jardim, conversando com uma mulher que não conhecia, mas que me lembrava muito alguém – Alê está te esperando, pode entrar!

- Obrigada! Vou lá ver o que ele quer – sorri, antes de entrar na casa. Percorri o caminho que já sabia de cor, relembrando o quanto eu adorava aquela casa. A decoração era colorida, alto-astral e acolhedora, bem diferente da minha.

- Pode comemorar, porque sua assistente oficial chegou – fiz uma entrada triunfal, caprichando no tom de voz e na pose ao aparecer na porta do quarto do meu amigo. Porém, toda minha animação foi por água abaixo quando vi quem era. Sentado na cama, com o controle de videogame na mão e os olhos verdes fixos em mim estava ninguém mais, ninguém menos que o Edu.

Ficamos parados, um encarando o outro, até que ele sorriu para mim como se quisesse testar se era seguro ficar no mesmo quarto que eu. Quis devolver o gesto, mas fui tomada por uma paralisia total, que me incapacitou até de piscar.

- Oi, Gabi! – ele cumprimentou, parecendo um pouco mais simpático do que eu me lembrava.

- Oi! Cadê o Alê? – respondi, indo pelo caminho contrário e parecendo um pouco mais seca do que costumava ser com ele.

- Opa, alguém me chamou? – o skatista apareceu atrás de mim com um copo de suco em cada mão – Nossa, apareceu a margarida? Achei que não vinha mais!

- Você disse para chegar antes do almoço. Cá estou eu, antes do horário combinado, inclusive – disse, me sentindo a espertalhona por ter uma desculpa pronta na manga.

- Bom, esteja ciente que esse almoço terá um preço... – ele piscou ao passar por mim, entrando no cômodo. Porém, ao dar de cara com o primo, me olhou novamente com jeito de desculpa - O Edu vai ficar para o almoço também, Gá – emendou, como se quisesse me preparar para o que estava por vir.

- Ótimo! Quanto mais gente, melhor! – brinquei, tentando disfarçar a vontade enorme de sair correndo.

Depois de acomodar os copos de sucos, o Alê se jogou na cama ao lado do carioca e voltaram a se concentrar no jogo, enquanto eu me acomodei na cadeira da escrivaninha e liguei o notebook do meu amigo. A ideia era adiantar o roteiro do vídeo, mas não consegui ter muito sucesso.

Fiquei vendo o jeito que o Edu tratava o Alê e reparando como era diferente o modo como me tratava quando estava na frente de todo mundo e, principalmente, como era igualzinho ao jeito que conversávamos quando estávamos a sós. Ele mantinha o jeito de marrento - mas não de forma prepotente -, tinha boas sacadas e, para minha surpresa, era bem falante.

Minha surpresa continuou ao longo do almoço. Conversamos naturalmente, ambos sem as máscaras que costumávamos usar. Era tão bom não precisar ser uma Gabi que eu não era. Sem me preocupar em ser descolada, legal, segura, do mesmo tipo que a Mari ou a Nathy.

Dona Melissa contava animada sobre o seu novo projeto e falava das pesquisas que estava desenvolvendo sobre comportamento dos jovens, enquanto comentávamos o que gostaríamos de descobrir se participássemos do seu programa de coach.

Pelo Whats, o Alê me contou que a mulher que vi conversando com a dona Melissa era a mãe do Edu e que o carioca estava ali porque não estava se dando muito bem no novo colégio. Queriam que o skatista o convencesse a voltar para a nossa escola. E, ao que tudo indicava, o único motivo que o impedia era justamente eu. Ele estava com medo que a história da minha primeira vez ainda estivesse rendendo e não queria se expor. Senti uma certa raiva por ele não querer enfrentar o seu medo enquanto eu não tive opção.

“Fala para ele que fugir não é a solução”.

Citei a frase que as pessoas mais falavam para mim nos últimos tempos. Vi o meu amigo se contorcer para visualizar a mensagem sem chamar atenção e precisei me segurar para não rir.

“Na verdade, estou pensando em falar do jogo do Engana Trouxa para ele”.

Como se estivesse adivinhando a resposta do filho, dona Melissa resolveu colocar o assunto “à mesa”.

- Não é porque é meu filho, mas achei a ideia do Alê teve para salvar a Gabi genial. Inclusive, estou pensando em incluir no projeto. Apesar de não ser exatamente relacionado a planos profissionais, acho uma ótima sugestão para o pessoal que sofre com bullying – ela citou, toda animada.

- Salvar a Gabi? – o Edu repetiu, sem entender.

Um silêncio matador caiu sobre a mesa. A mãe do skatista abaixou a cabeça, como se tivesse acabado de perceber o fora que tinha dado, enquanto seu filho olhava para minha cara como se esperasse que uma solução mágica para contornar aquela situação caísse do céu.

- Dona Melissa está falando da ideia que o Alê teve para me ajudar a voltar ao colégio depois que a Mari espalhou o boato que você só quis ficar comigo por dó. Chama “Jogo do Engana Trouxa”, e a única regra é contrariar o que as pessoas esperam de você. Por exemplo, todo mundo imaginava que eu ficaria para baixo por causa do que aconteceu, mas fingi que estava super bem, com outro cara no meu pé, me divertindo com os vídeos do Alê... aí pronto, todo mundo me esqueceu – soltei o ar quando terminei de falar, me dando conta que tinha parado de respirar por conta do meu súbito acesso de coragem.

O carioca fixou aqueles olhos de tempestade em mim, me encarando com seu jeito inquisitivo como se exigisse tudo de mim.

- Eu sei, primo... Foi uma ideia brilhante, né? – Alê brincou, mais para quebrar o clima do que para se gabar.

- Foi bem legal mesmo... – foi tudo que o Eduardo disse, balançando a cabeça devagar, se negando a dar o braço a torcer, como era típico dele, aliás.

- Enfim, achei a atitude muito bacana. Uma maneira diferente de encarar essas situações que costumam acontecer no colégio. Se conseguíssemos educar os jovens desde cedo a lidar com as diferenças e a encarar os problemas de maneira mais saudável, com certeza teríamos adultos muito mais saudáveis e conscientes – dona Melissa adotou seu tom de “profissional sabe tudo” para encerrar o assunto de uma vez por todas.

- O que me lembra que temos um roteiro para escrever, não é Gabriela cravo e canela? – Alê disse.

- Acho que ela está mais para leite com chocolate, né? Por causa do cabelo e da cor da pele... Porque de cravo e canela não tem nada aí!– a mãe dele riu da observação.

- Quase tudo a mesma coisa, mãe... – meu amigo deu de ombros – Só quero que ela venha logo!

- Nossa, pedindo com tanto carinho assim... é claro que eu vou – falei de maneira irônica.

- Vem minha amiga linda, amor da minha vida, meu leite com chocolate mais delicioso desse mundo – ele voltou a me chamar, dessa vez com um tom de voz meloso que ele usou propositalmente para me irritar.
- Nossa, quanto amor! Assim não há como resistir... – brinquei, me levantando da mesa – Dona Melissa, o almoço estava delicioso.

- Edu, querido, você pode me ajudar? Queria fazer uma limpeza no quarto lá do fundo. Aquele que você ficou, sabe? Tem umas caixas no armário que já estão fazendo aniversário. Preciso dar um jeito nisso de uma vez... – dona Melissa pediu.

- Claro, tia! Ajudo sim – o carioca disse, solícito.

Levantamos todos quase ao mesmo tempo e ajudamos a tirar os pratos. Depois eu e o Alê seguimos para o quarto enquanto a outra dupla saiu pela porta dos fundos.

Passamos o resto da tarde trabalhando no texto do vídeo – que, modéstia a parte, ficou ótimo. Quando estávamos quase acabando, o Edu se juntou a nós no quarto e até deu algumas ideias para o roteiro.

O skatetista queria gravar no mesmo dia, porém dei uma desculpa qualquer para ir embora. Sentia que se ficasse um pouco mais de tempo na companhia dele poderia colocar em risco todos os curativos do meu coração que não estavam tão bem cicatrizados assim...

Voltei para casa com a ideia de estudar, mas fracassei na missão – o que, aliás, já estava virando rotina. Nesse ritmo eu seria uma aluna reprovada antes mesmo do meio do ano. Porém, era como se existisse uma bagunça enorme na minha cabeça e eu não soubesse por onde começar a arrumar. Eu mal tinha conseguido parar para pensar no que eu realmente pensava sobre a reaproximação do pai, quem dirá sobre outros assuntos mais “corriqueiros”, como a briga com a minha mãe, a situação com o Léo, as minhas crises de insegurança que me faziam vomitar e a mais recente novidade do momento: o reencontro com o Edu.

Me joguei na minha cama, completamente perdida e com apenas uma certeza: eu precisava me encontrar. Mas como saber qual era o caminho certo para seguir?
_________________________________
Notas finais: Todo mundo vivo aí? Porque olha... Primeiro Léo fala que vai terminar com a Vanessa e logo na sequência o Edu aparece. Ainda bem que Gabi tem o coração forte, porque olha... não é fácil lidar! Hahahaha

Esse final de segunda fase vai ser demais, gente! Já estou louca para postar.

Beijos e fiquem com Deus!

*** Bora para o próximo capítulo? Então clique aqui



2 comentários:

  1. Guria, adoro suas história jah li todas, agora estou acompanhado essa..fiko ansiosa esperando cada capítulo.. :) #Jaine

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Jaine! Ai que linda! Muito feliz em saber que leu todas as histórias! *----* Obrigada por acompanhar essa aqui também, viu?

      E aguenta firme que já comecei o capítulo 27! o/ Acho que até o final da semana consigo postar!

      Beijo, linda!

      Excluir

Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!